Por Gabriel Vital
O controle dos impulsos e desejos
Há escolas que definem Brahmacharya como abstinência sexual, ou seja, celibato, em que a utilização da energia sexual é gasta para ser redirecionada para a iluminação. Da raiz em sânscrito significa “mover-se ao absoluto, mover-se ao sagrado”.
De modo mais amplo Brahmacharya tem relação com o controle dos desejos ou moderação dos sentidos. O que de forma mais abrangente leva ao questionamento sobre nossos desejos e o quão fundamentais ou não eles são de fato.
De qualquer forma em ambos os casos, há um gasto energético com algo fugaz, pois desejos são atendidos e logo surgem outros. Saber a hora de atendê-los é necessário. Creio que a questão da abstinência sexual se refira a este discernimento de não se deixar dominar pelas paixões da vida. Não no sentido pontual, mas no sentido amplo, pois assim, sabemos em que exatamente depositamos nossa energia.
No que se refere a questão sexual, algo muito importante deve ser levado em conta, que é a intensa troca energética ocorrida durante o ato sexual. O compartilhamento do ato sexual perpassa os campos físicos, havendo uma grande ativação de fluxos de energias entre os chakras dos parceiros. Logo, é algo muito mais íntimo do que se parece.
O objetivo de Brahmacharya é estar em harmonia com o absoluto, em paz consigo mesmo e com os demais, promovendo harmonia física, mental, sexual, espiritual, e, eu diria, até mesmo sócio-cultural, pois , trata da não-banalização do sexo e de seu poder espiritual e permite que o respeito e o amor sejam condutores da vida sexual de forma consciente e do tratamento que damos ao nosso corpo-templo, bem como o do outro.
Brahmacharya, mais uma vez é um convite dos ensinamentos do yoga à repensar como lidamos com tudo na vida. Desde o sexo, até os desejos mais desimportantes que tendemos a apressadamente atender, sem muitos critérios. O que pode ser comparado a gula, por exemplo, entre tantos outros fatores do dia-a-dia, pois, “a busca incessante pelo prazer nas coisas que estão fora de nós, nos afasta da nossa natureza”. Portanto é uma questão de autoconhecimento, discernimento, e busca por uma coerência em nossas escolhas. Logo, este Yama tudo tem a ver com ahimsa, satya e asteya, pois, levando em consideração o nosso corpo físico como um templo, devemos evitar o mau uso dele, tratando-o de fato como algo sagrado.
Como você escolhe cuidar de sua energia?
Namastê!
Gabriela Vital