Santosha é o segundo niyama, da filosofia do yoga, juntamente com sauchan (citado em outro post), tapas, svadhyaya e Ishwara pranidhana, que descrevem atitudes individuais que devemos ter perante a vida, são as observâncias do nosso comportamento, inclusive diante de nós mesmos.
Santosha diz muito sobre aceitação e deleite, entrega e confiança nos processos pelos quais passamos. Diz sobre estar presente no aqui e agora, e experiência, vivenciar este momento. Durante os ásanas, santosha está muito relacionado às etapas. Não existem posturas estrambólicas no yoga, existe entrega no processo, que te leva a executar coisas que pareciam improváveis. A medida que aceitamos nossas limitações e compreendemos que elas são apenas parte daquele momento, sentimos o conforto de saber que este estado é transitório, e que portanto, é uma parte do caminho, é uma etapa. O descontentamento de querer chegar ao resultado final, a ansiedade, a cobrança excessiva dão espaço à um bem estar, uma tranquilidade de ser e estar no aqui e agora, proporcionando uma percepção mais calma, mais leve e mais paciente e compassiva das situações.
Em sânscrito santosha significa contentamento. É justamente pelo fato do descontentamento se esvair. O que nos deixa descontentes é ambição de algo além do que está a nosso alcance no “agora”. Mas e se deleitarmos do que temos agora?
E se aprendermos a achar conforto no desconforto e ir com calma respeitando as etapas, enquanto desfrutamos dos pequenos detalhes, dos momentos… surge o contentamento. Surge aquele sorriso interno e o sentimento de gratidão mais profundo que nem se racionaliza, e um instante se torna paz, se torna luz… como se nossas células sorrissem em comunhão com tudo o que há.
Namastê!
Gabriela V. Oliveira